Vencedor do Prêmio de Inovação, projeto garante identidade com acolhimento a pessoas com TEA
Um espaço sensorial, lúdico e acolhedor, especialmente preparado para atender pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) durante a emissão da Carteira de Identidade Nacional. Essa é a proposta do Posto de Identificação Amigo do Autista, instalado no Instituto de Identificação Gonçalo Pereira, no Pátio Central Shopping, em Campo Grande. A iniciativa é fruto do projeto vencedor da 18ª edição do Prêmio Sul-Mato-Grossense de Inovação na Gestão Pública, reconhecido por sua abordagem inclusiva e humanizada no atendimento.
Nesta segunda-feira (7), a diretora-presidente da Fundação Escola de Governo de Mato Grosso do Sul (Escolagov), Ana Paula de Assunção, acompanhada da diretora do Laboratório de Eficiência e Inovação na Gestão de Mato Grosso do Sul (LAB-GEIMS), Suzana Moreira, e sua equipe técnica, visitou o local para conhecer de perto a estrutura do projeto.
Durante a visita, Ana Paula destacou o papel da inovação como instrumento para aprimorar os serviços públicos. “Este projeto mostra que inovar também é adaptar o serviço público às diferentes realidades. Quando o atendimento é pensado para acolher todas as pessoas, inclusive aquelas com necessidades específicas, avançamos na direção de uma gestão mais eficiente e acessível”.
A diretora também reafirmou o apoio da Escolagov a iniciativas que buscam qualificar o atendimento ao cidadão. “Acreditamos que experiências como essa devem ser reconhecidas e ampliadas. Projetos que oferecem soluções práticas e bem estruturadas precisam ser fortalecidos, e a Escolagov segue comprometida com esse propósito.”
Idealizado pela perita oficial forense papiloscopista Maira Cappi, o posto é o primeiro do Estado voltado exclusivamente ao atendimento especializado de pessoas com TEA no processo de emissão da carteira de identidade. O espaço foi cuidadosamente adaptado, com ambientação lúdica e sensorial, como texturas em forma de colmeia nas paredes para acolher os requerentes e seus familiares.
Segundo Maira, a proposta nasceu da percepção de que era necessário oferecer um atendimento mais inclusivo e adaptado. “A ideia surgiu a partir da constatação de que era essencial oferecer um ambiente adequado às especificidades das pessoas com autismo, não apenas crianças, mas todos os requerentes neurodivergentes. Sentimos a urgência de criar um espaço acolhedor, com recursos, brinquedos de descompressão e estímulos sensoriais que facilitassem o atendimento”, explicou.
O espaço foi idealizado para oferecer uma experiência tranquila e respeitosa durante a coleta de dados e imagens para a confecção do documento. A ambientação inclui cores suaves, elementos táteis, brinquedos interativos e equipe especializada, preparada para atender com empatia e atenção às diferentes demandas do espectro autista.
Raquel dos Passos, Comunicação Escolagov